Campeonato Brasileiro - 2001

Time campeão brasileiro de 2000
Time campeão brasileiro de 2000 (Foto: Google)

Na decisão de Brasileiro mais conturbada de todos os tempos, só uma certeza: o Vasco e Romário foram os melhores da temporada 2000.

Como o Campeonato Brasileiro (ou Copa João Havelange) de 2000 vai passar para a história? A confusão jurídica que envolveu o segundo jogo decisivo será sempre lembrada. Mas ninguém poderá contestar o mérito do Vasco, porque é dentro de campo que os campeonatos se decidem. E nele deu Vasco.

A partida de São Januário acabou com o São Caetano jogando melhor, mas sem ter conseguido marcar um gol (o Vasco jogava pelo 0 x 0). A queda do alambrado impediu a torcida de saber como um Vasco sem Romário teria se saído. Se o Vasco foi culpado ou não pelo incidente, é uma questão que será eterno assunto de discussão. Felizmente para o Vasco a marcação de uma nova partida permitiu ao time ganhar dentro de campo - e a Romário, provar pela enésima vez, a quem ainda dizia o contrário, que ele marca, sim, em decisões, e conquistar o título brasileiro que faltava em sua carreira. Predestinação.

Saborosa vingança de Eurico Miranda em cima da Rede Globo, o time entrou em campo patrocinado pelo SBT. O jogo decisivo começou morno. Natural, com o sol de três da tarde (o jogo começou às 16h, mas em horário de verão) e três semanas de férias impedindo os jogadores de correr. Como sempre, o time do ABC paulista começou com vontade, chutando a gol sempre que tinha oportunidade. Márcio Rezende de Freitas não marcou pênalti (é preciso inventar uma palavra nova para definir o lance, pois "escandaloso" é pouco) de Odvan em Esquerdinha.

O Vasco se acalmou ao marcar o primeiro gol, numa troca de passes precisa dentro da área: Juninho Paulista, Romário, Juninho Pernambucano, bola no ângulo esquerdo de Sílvio Luiz. O Pernambucano carimbou aquela que provavelmente foi a sua última atuação pelo Vasco com um beijo na Cruz de Malta. Ninguém sofreu mais com os vice-campeonatos em série, ninguém merecia mais fazer um gol na conquista do tetracampeonato nacional.

Mas, de tanto chutar, o Azulão acabou acertando. Adãozinho empatou o jogo, apagando a vantagem vascaína. 1 x 1 significava decisão por pênaltis. 2 x 2 e qualquer outro empate daria o título aos paulistas. Mas a maré começou a virar para o Vasco aos 39 minutos, em nova troca rápida de passes dentro da área de Sílvio Luiz. A bola foi parar nos pés de Jorginho Paulista, sozinho - afinal, quem ia acreditar que Jorginho Paulista estava na área? O chute de perna esquerda, cruzado, passou por um Sílvio Luiz novamente sem ação.

O 2 x 1 não trouxe alívio, já que o São Caetano parecia prestes a empatar novamente. Mas tudo se transformou com 7 minutos do segundo tempo: Romário pediu a bola, resistiu a todas as tentativas de Daniel e mandou uma bomba no pouco espaço disponível entre o goleiro do São Caetano e a trave esquerda. Ou seja, o gol típico de Romário.

De repente a zebra do Brasileiro empacou. Os tão temidos chutes de Adhemar passaram a sair fracos. César não ameaçava mais pela esquerda, Claudecir não aparecia mais pelo meio. Nos contra-ataques, o Vasco perde a chance de aumentar, mas era suficiente. Difícil foi conter a torcida, que tinha razão de se impacientar: a decisão durou quase um mês. Mas enfim a Copa João Havelange podia voltar para a sala de troféus de São Januário, onde já estivera, desta vez merecidamente.

Fonte: Lancenet! Atualizado em: 11/05/2017 16:20