O primeiro clube brasileiro a ir para a Europa foi o Paulistano em 25, que pouco depois abandonaria permanentemente o futebol profissional se recusando a deixar de ser amador. Portanto o Vasco, o segundo clube brasileiro a excursionar pelo Velho Continente, foi o primeiro clube, dentre os que ainda tem equipes profissionais de futebol, a fazê-lo.
A equipe, reforçada por quatro jogadores de Fluminense e Botafogo, não fez feio. Foram oito vitórias – muitas delas contra os tradicionais Barcelona, Porto, Benfica e Sporting -, um empate e três derrotas.
Mas nem tudo foram flores para o Vasco em Portugal e Espanha. Contrastando com o regime semi-amador brasileiro, os europeus há algum tempo faziam ofertas irrecusáveis aos jogadores sul-americanos, notadamente argentinos e uruguaios.
As maiores vítimas no Brasil eram os clubes de São Paulo, com seus jogadores brancos de descendência italiana, ou nem tanto, já que muitos falsificavam o passaporte para serem aceitos na "Nova Itália" de Mussolini.
Os clubes cariocas se sentiam livres dessa ameaça até que na excursão vascaína as maiores estrelas do time – o negro Fausto e o mulato Jaguaré – ficaram no Barcelona e não retornaram ao Brasil. Se estas transferências não foram às primeiras de um jogador de cor brasileiro para um clube europeu, foram com certeza uma das.
Sem esses jogadores, o Vasco - que até então liderava com folga o campeonato de 31 – foi ultrapassado pelo América e perdeu o título. Pior para o presidente Raul Campos, fortemente acusado pela ausência dos craques, que logo depois voltariam ao Brasil e ao próprio Vasco.